quinta-feira, 11 de maio de 2017

Para pensar: Minimalismo, modismo e mudança de comportamento?

O minimalismo é sobre ter menos coisas e aproveitar a liberdade de ter menos, acreditando que o menos significa mais felicidade, contentamento e alegria.

O minimalismo vai contra a tendência geral da nossa sociedade ocidental. Desde pequenos, recebemos diversas informações do meio que nos cerca. Uma destas informações diz que seremos felizes quanto mais coisas tivermos e melhor ainda se estas coisas forem as mais novas e modernas e cobiçadas. Em síntese: quanto mais você tiver, mais feliz você vai ser.
Eu sei que você já ouviu também o contrário disso, que o ter não importa, que o que importa é ser. Mas a tendência é que você (e eu) escute isso, ache bonito para logo em seguida começar a ter vontade de comprar uma outra coisa, seja um novo sapato – para completar a coleção de cores ou para não ficar fora da moda – ou o último objeto de desejo tecnológico, uma nova TV, um carro, mais um livro para não ler ou qualquer objeto que pareceria preencher uma falta interna apenas para o surgimento do próximo objeto de desejo.
Nesse sentido, não importa o tamanho: pode ser um chaveiro ou uma nova moto, um celular ou um apartamento com mais uma garagem para o mais novo carro, um esteira elétrica, um liquidificador, um vestido para aquela festa, um chinelo que todos usam, um colchão mais confortável, óculos 3D, aquilo que é melhor porque é mais caro, a roupa que é de qualidade porque tem uma etiqueta, comidas que vão estragar pelo prazo de validade e serão jogadas fora, tudo isso e muito mais para preencher uma necessidade imaginária.
O minimalismo, como disse, vai na contracorrente. Ao invés de acumular e acumular (vemos como temos coisas desnecessárias quando precisamos fazer uma mudança de casa), o minimalismo defende que as pessoas deveriam ter o mínimo. Dizendo desta forma pode parecer que perderíamos, certo?
Porém, para o minimalismo, o que perdermos é o peso psíquico de ter demais. Ao deixarmos tantas coisas irem embora (seja para o lixo, seja para doação, seja para venda para terceiros), ficamos mais leves, mais em paz, mais felizes.
A diferença com pensamentos religiosos de abandono total dos bens materiais, dos votos de pobreza, é que a pessoa que adota o minimalismo como filosofia de vida não precisa ter uma crença religiosa para fazê-lo. Ela apenas descobre que não precisa trabalhar mais para ter algo que não vai fazer a menor diferença em sua felicidade, ela não precisa se amontar em dívidas no cartão de crédito, ou ostentar bugigangas para pessoas que não importam.
Como aquele que diz que “Status é comprar coisas que você não quer, com o dinheiro que você não tem, a fim de mostrar para gente que você não gosta, uma pessoa que você não é”.
Bem, o minimalismo, portanto, é sobre ter menos, se desfazer do que já foi comprado e parar de comprar o desnecessário. Imagino que muitos podem pensar que é uma ideia legal, porém, muito difícil de ser colocada em prática.
Então, a sugestão dos minimalistas é a seguinte:
1) Perceba de uma vez por todas que não há uma relação de longo prazo entre a felicidade e a compra de um objeto novo. O objeto pode te dar uma alegria momentânea, mas não mais do que isso.
2) Comece dando uma olhada no seu guarda-roupa, nas suas gavetas, nos seus armários e separe tudo em três itens:
a) objetos que você não usa e nunca mais vai usar
b) objetos que você usa às vezes
c) objetos que você usa sempre e são úteis para você
Pegue os objetos classificados em a) e desfaça-se deles: vendendo ou doando para quem pode vir a utilizar estas coisas. Se for difícil para você se saber se vai usar ou não vai usar no futuro (critério b), volte a fazer a avaliação daqui a um mês. Se não tiver usado nem uma única vez, é provável que não use em 12 meses ou 12 anos.
3) Antes de comprar qualquer coisa nova, se pergunte:
a) Isto vai ser útil de verdade?
b) Isto é só para ter? Para satisfazer uma falta? Apenas por consumismo? Apenas porque está barato?
Se você responder sim para b) significa que você estará apenas adquirindo uma quinquilharia (tudo bem, pode ser bom, bonito e barato), mas se não for útil vai ser só mais uma coisa a se acumular a toa. Melhor seria poupar o dinheiro e fazer melhor uso dele.
4) Fique sempre atento para áreas de compras que podem ser particularmente tentadoras. Para uma pessoa, pode ser sapatos. Para outra, itens de cozinha. Para outra, pode ser tecnologia, livros, etc. A pergunta: isto vai ser útil ou é apenas consumismo deverá resolver a maior parte das dúvidas em novas compras.
Como diz Joshua Becker: “Tenha menos coisas. Aproveite a liberdade. É tão simples quanto isso”.

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