sexta-feira, 18 de julho de 2014

Texto para reflexão

Para este final de semana que se aproxima, quero dividir com vocês o texto que encontrei aqui:


Como agir sempre: abandonando a mentalidade do "ou tudo ou nada"
Autor: André Valongueiro 


Tudo ou nada. Go Hard or Go Home.

Há algo de “sedutor” nessas afirmações. Elas nos inspiram. E elas nos inspiram e “seduzem” por um motivo muito óbvio: nós sempre queremos fazer o melhor.

Essas sentenças despertam em nós, imediatamente, a vontade de sermos bravos e corajosos. E diante do despertar súbito dessas vontades parecemos esquecer que, no “ou tudo ou nada”, ainda temos o “nada” como uma das opções.

Conquistar o “tudo” é fantástico, mas ficar com o “nada” é algo extremamente frustrante. E quando se trata do seu crescimento pessoal, ficar com o “nada” é péssimo. Ficar com o “nada” significa não obter nenhum progresso, nenhum avanço e nenhum crescimento.



O problema da mentalidade “ou tudo ou nada”

Você, alguma vez, já tomou a decisão de fazer algo legal, produtivo e interessante e depois, diante de algum imprevisto, desistiu? Eu aposto que sim. Isso aconteceu comigo tempos atrás.

Eu havia me preparado para competir em uma prova que combinava natação e corrida e, um dia antes da competição, tive um aborrecimento (não consigo lembrar com o que me deixei aborrecer, o que prova que não era algo tão importante assim, afinal) e terminei desistindo de competir.

Para mim, o aborrecimento que eu tive fez com que eu não pudesse mais competir. E essa conclusão que tive foi completamente desprovida de sentido (foi, na verdade, estúpida), pois, com ou sem aborrecimento, eu poderia competir normalmente e me divertir praticando uma atividade que gosto.

Pensando bem, competir até me ajudaria a superar mais rapidamente o aborrecimento. Eu iria, no mínimo, esquecer aquela chateação por algumas horas e me divertir um pouco.



Eu queria competir, mas a mentalidade do “ou tudo ou nada” me fez escolher o “nada” ao me deparar com um imprevisto. O aborrecimento destruiu o “cenário perfeito” que eu desejava para competir e como eu não tinha mais o “tudo” (tudo perfeito, tudo em ordem, tudo OK), eu optei pelo “nada”.

O que desejo mostrar é que a mentalidade “ou tudo ou nada” algumas vezes nos faz escolher o “nada”, o que compromete o nosso progresso, especialmente no longo prazo.

E nós fazemos esse tipo de escolha porque subestimamos o valor de fazer apenas um pouco. Nós queremos o “tudo” e se o “tudo” não está disponível para nós, nós então optamos pelo “nada”, sem considerarmos qualquer outra opção entre um extremo e o outro.

O grande erro desse tipo de mentalidade é pensarmos que, sendo o benefício e o valor do “tudo” grande demais, nada inferior ao “tudo” é válido. Mentira!

Se você sair de casa para correr ou caminhar 1Km todos os dias terá corrido, ao final de um ano, o equivalente a mais de 8 maratonas. Escrever 200 palavras por dia significa ter o seu livro pronto nesse mesmo período de um ano. E essas pequenas coisas são tão fáceis de serem feitas que, em um mesmo ano, você pode escrever um livro, atingir uma ótima forma física e realizar muitas outras coisas. Pense nisso.



O que faz da mentalidade “ou tudo ou nada” uma mentalidade pouco eficaz?

Quando você escolhe viver e dedicar-se aos seus projetos com uma mentalidade “ou tudo ou nada” você coloca imediatamente sobre si mesmo uma grande pressão para que tudo seja executado com 100% de perfeição e aproveitamento. Afinal, “é tudo ou nada”.

Mas, afinal, a pressão é sempre útil ou ela também pode ser um obstáculo ao progresso?

A pressão é uma forma de stress. A psicologia parece acreditar que a pressão funciona como uma espécie de “ativador” dos comportamentos pessoais que já são bem conhecidos, bem testados e, por isso, “à prova de erros”: os nossos hábitos. E é fácil perceber esse “padrão ativador de hábitos” da pressão se fizermos uma análise da nossa própria conduta quando estamos sendo oprimidos por ela.

Quando estamos sob forte pressão há a tendência natural de agirmos visando não cometer erros. Queremos sair daquela situação de stress o mais rápido possível e, por isso, faremos uso das nossas melhores habilidades – as habilidades mais sólidas e os comportamentos mais habituais e “à prova de erros” - e evitaremos qualquer habilidade ou comportamento mais recente e “experimental”.

Os hábitos e os comportamentos e habilidades já bem estabelecidos são ferramentas fantásticas, mas quando o assunto é o seu desenvolvimento pessoal, a utilidade deles é limitada.

A idéia de se desenvolver como ser humano está diretamente ligada com a mudança (você deseja mudar a si mesmo para melhor), mas se você está sempre “se desenvolvendo sob pressão” e, exatamente por isso, sempre “acessando” os velhos hábitos, é óbvio que você não está mudando coisa alguma.

Resumindo: quando você pensa em termos de “ou tudo ou nada” a pressão que você coloca sobre si mesmo para que absolutamente nada saia do controle e tudo seja perfeito, fará com que você pense e aja da maneira mais habitual e automática possível, visando evitar erros e sair rapidamente da situação de stress em que se encontra.

Agora eu tenho outra pergunta importante.

As grandes realizações são realmente melhores do que as pequenas?

Essa parece ser uma pergunta desprovida de sentido, pois é óbvio que as grandes realizações são melhores do que as pequenas.

No entanto, quando estamos falando sobre crescimento pessoal, há algo ainda mais importante do que as grandes realizações: as realizações consistentes. A ação consistente forma os hábitos, que são a base da nossa vida. A consistência é o segredo para o sucesso!

As pequenas realizações, feitas de maneira consistente, dia após dia, são melhores do que as grandes realizações esporádicas, alcançadas apenas de tempos em tempos.

Naturalmente, essa constatação torna-se discutível se você for alguém capaz de realizar grandes feitos regularmente. Mas, convenhamos, poucas pessoas são capazes de fazer grandes coisas o tempo todo.

Conclusão

Para concluir essa reflexão, vamos aos pontos que resumem as idéias que foram apresentadas nesse artigo:

1. Querer o “tudo” é, eventualmente, inútil

As grandes intenções – aquelas que nos fazem querer sempre realizar grandes feitos – são absolutamente inúteis se não trazem resultados positivos e não o fazem crescer e se desenvolver.

Você pode dizer para si mesmo “ou tudo ou nada” e querer sempre realizar grandes coisas, não se contentando nunca com fazer apenas um pouco por dia, mas se você nunca faz essas grandes coisas tornarem-se reais, o tamanho da sua intenção não importa. Ela é inútil.

O pior desse cenário, no entanto, é o fato de que essa “intenção sem realização” irá minar, aos poucos, a sua autoconfiança. Péssimo negócio!

2. O pouco é melhor que o “nada”

Fazer apenas um pouco é infinitamente melhor do que não fazer nada (falando em termos matemáticos e práticos).

3. Um pouco todos os dias é melhor do que muito em um único dia

Fazer um pouco todos os dias terá muito mais impacto na sua vida e será muito mais transformador do que fazer algo grande em apenas um dia (ou alguns poucos dias) e então passar um longo período sem realizar mais nada significativo.

Fazer um pouco todos os dias te dará a chance de construir um novo hábito, de dominar uma nova habilidade com muito mais qualidade e competência, e esses são os fundamentos que serão úteis para construir sucesso ao longo de toda a sua vida.

No final das contas, o que precisa ficar claro é que as pequenas intenções (pequenas, porém consistentes e que o levem a agir diariamente) são muito superiores às grandes intenções.

Abandone a mentalidade “ou tudo ou nada” e abrace as pequenas realizações diárias. Você irá se surpreender!

Desejo o melhor para sua vida!


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